Summit Blue-Ing The Circular Economy apresenta novidades para a comunidade do Brasil e Atlântica

5 de outubro de 2021

Categoria: Blog

Novas estratégias de investimento, comunicação, mudança de mindset e tecnologia foram apresentadas para dar escala à nova economia. O evento, com mais de 250 participantes de 15 países, trouxe a provocação da construção de uma aliança conjunta Lusófona em prol de uma Economia Circular e Azul.

São Paulo, Julho de 2021 – Um evento internacional para marcar o início de uma trajetória. E a comunicação é a base para a construção da consciência sobre a importância da transição de uma economia linear para a economia circular. O “Summit Blue-ing the Circular Economy”, realizado virtualmente entre 05 e 07 de junho de 2021, é um projeto que faz parte da estratégia de awareness do Climate Smart Institute, sendo um de seus pilares fundamentais. 

Durante os três dias do encontro, empreendedores, investidores, líderes de empresas privadas e de ONGs, pesquisadores, representantes de comunidades atlânticas e profissionais renomados se dispuseram a compartilhar como o mundo e o Brasil têm caminhado para a construção dessa forma mais respeitosa de fazer negócios e desenhar modelos baseados na inteligência da natureza. Onde não há desperdício. A economia circular e azul se compromete com a geração contínua de vida. “Gostamos de ver o copo meio cheio. Uma perspectiva positiva, realista. Nunca a humanidade teve tanta informação e tanta consciência dos problemas que está causando. Isso nos dá condição e esperança de poder reverter essa situação”, defende Tatiana Zanardi, gestora do Comitê do Oceano do Climate Smart Institute.

Mais de 250 pessoas de 15 países participaram do Summit (Shutterstock)

O “Summit Blue-ing the Circular Economy” trouxe cases para a construção de uma economia circular e azul, o que passa pela moda. Kim Poldner, professora da Faculdade de Negócios, Finanças e Marketing da Universidade de Ciências Aplicadas de Haia (Holanda), falou do nocivo consumo estimulado pelo “fast fashion” que, também, se alimenta do consumidor, e as diversas oportunidades azuis ao acrescentar na cadeia de produção do vestuário “biobases materials”, como as peles de tilápia e as algas marinhas. 

E o evento também debruçou-se sobre oportunidades, principalmente a partir de inovação e tecnologia. Porque na solução dos problemas atuais e que envolvem externalidades – o reuso, a reciclagem, o conserto -, entram como base de uma mudança de mindset, que enxerga um produto não como produto, mas como serviço. E na construção de ciclo virtuoso, onde não há desperdício, a tecnologia é essencial. Hoje já existe plástico reciclado com a mesma qualidade de um plástico virgem. 

Lisa Lieuberbaum, Gerente de Sustentabilidade de Embalagens da Ambev, trouxe como a nova consciência está mudando processos nas grandes indústrias, cada vez mais pressionadas por respostas aos desafios globais urgentes. “Em termos de custo faz mais sentido usar o que já está em circulação”, explica Lisa ao apresentar novas estratégias da empresa para uma economia circular e azul. Já Carlos Ohde, Diretor Geral do FIT Instituto de Tecnologia, confirma que “o Brasil tem todas as condições para se tornar um laboratório gigantesco de economia circular”. 

INVESTIMENTOS EM ECONOMIA CIRCULAR E AZUL 

Ao falar de investimentos, os participantes do Summit foram consensuais sobre a necessidade de movimentos coordenados, envolvendo novos modelos que integram governos e investidores privados. Ao mesmo tempo que os desafios se acumulam, assim, também, as oportunidades se apresentam num volume que são necessárias novas lentes para enxergá-las. 

“Os desafios que o oceano enfrenta são tão vastos e complexos quanto o próprio oceano. Felizmente, aproveitamos os pontos fortes da Friends of Ocean Action e trabalhamos com eles para se envolverem no trabalho que já estão defendendo para criar parcerias mais fortes e acelerar a ação”, citou Elena Perez, que lidera a Ocean Action Agenda do Fórum Econômico Mundial.

Carbono azul também foi um dos temas discutidos no Summit. “Para a implementação de mecanismos e o engajamento de interessados em blue carbon no Brasil é fundamental, em primeiro lugar, considerar a relação sistêmica do azul, envolvendo desde impactos gerados pelo comportamento do consumidor em terra até as atividades de restauração e conservação de áreas costeiras e manguezais e, claro, do impacto medido e mitigado das empresas que vivem da Economia Azul”, enfatiza Angélica Rotondaro, Diretora Executiva do Climate Smart Institute. 

Tatiana Zanardi, uma das organizadoras do Summit, e Elena Perez, do Fórum Econômico Mundial (Divulgação)

RESILIÊNCIA

Em um dos painéis, mulheres que vivem no mar falaram da experiência de viver com uma nova consciência, do que seus olhos viram se transformar com a inundação de plástico e de como viver a bordo ensina sobre simplificar a vida em terra. 

“Por diferentes motivações ou justificativas, nossa raça humana foi tão agressiva e desrespeitosa com o meio ambiente, né? Gerações e gerações em desarmonia com a natureza, sem pensar nas consequências futuras. Para mim, viver em modo resiliência climática é resgatar essa harmonia com o meio ambiente, um viver que não seja conflitante, um não guerrear com a natureza”, Heloisa Schurmann, velejadora e líder da Voz dos Oceanos. 

Quando questionada sobre o grande desafio dos plásticos no Oceano, Daniela Lerário, Membro efetivo do conselho do Sistema B Brasil e Co-lead da Climate Champions, Exxpedition é direta: “Nenhuma solução vai funcionar isoladamente. O desafio é aplicar o conceito abrangente economia circular que ofereça os melhores resultados econômicos, ambientais e climáticos, reconhecendo as peculiaridades de cada situação.”–

A matéria-prima da nova economia é a natureza conservada e respeitada. Todas as possibilidades de sinergias entre as cadeias produtivas da pesca, o turismo e a restauração, foram apresentadas no caso “Abrolhos Terra & Mar”, apresentado por Guilherme Dutra, Diretor do programa Oceano da Conservação Internacional. Modelos de negócios aliados à conservação em áreas costeiras e países insulares, seu potencial de investimento via filantropia estratégica e investimento de impacto também foi o tema de um painel com a participação de representantes de diversos segmentos. 

O terceiro e último dia do “Summit Blue-ing the Circular Economy” foi marcado com discussões sobre a interface entre regulamentação e mercado de capital para avançar a agenda econômica Circular e Azul, perspectivas de inovação e empreendedorismo de soluções em bioeconomia azul. “Toda transformação passa por uma curva de aprendizagem. E a da Economia Circular e Azul é de começo. Estamos nos primórdios dessa construção porque ainda é necessário explicar por que ela é essencial para termos um futuro coletivo do qual nos orgulhamos”, finaliza Tatiana Zanardi.

E nesse compromisso de futuro, dois painéis organizados pela conselheira do Climate Smart Institute, Elsa de Moraes Sarmento, trouxeram a provocação da construção de uma aliança para tirarem do papel uma ação conjunta Lusófona em prol de uma Economia Circular e Azul. O Oceano une a todos e apresenta soluções e oportunidades, esse é o grande aprendizado. A organização já tem planos para uma segunda edição em 2022.

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